Comunicado Importante
quinta-feira, 8 de maio de 2008
Câmbio Negro HC.
Recife [PE], Brasil.
Estilo/Gênero: Hardcore, Punk.
Atendendo ao pedido do Vlad e Alê, segue Câmbio Negro HC. Direto de "Hellcife", com mais de duas décadas de protesto, raiva e ódio. Totalmente envolvido diretamente com a história do HC na região, segue abaixo uma breve bio que eu encontrei na net.
"Câmbio Negro H.C nasceu em 1984, tempos de dureza para os roqueiros no Recife, uma época em que os caranguejos com cérebro sequer cogitavam em fincar a parabólica na lama e revigorar o manguezal pernambucano. Formado atualmente por Nino (bateria), Pesado (vocais) Márlio (baixo) e Marco (guitarra).
Para não escamotear a verdade, a banda nasceu mesmo foi em 1983. A primeira formação é, no mínimo, curiosa. Além de Nino (o único integrante original), faziam parte do Câmbio Negro HC, o baixista Vinícius, mais Fred 04, na guitarra e, acreditem, Renato L, o Ministro da Informação do Movimento Mangue, nos vocais. Os futuros mangueboys saíram logo para formar sua própria banda, a Serviço Sujo, que acabaria como Mundo Livre s/a.
O ano de 1984 é considerado por Nino como o marco inicial do Câmbio Negro H.C, porque, a partir daí, a banda passou a fazer shows, manteve integrantes definidos, quer dizer, mais ou menos. Tanto ele quanto Pesado, não conseguem contabilizar com precisão todos os músicos que saíram e entraram na banda ao longo destes, vá lá, 25 anos. Alguns são bem conhecidos da cena, como por exemplo, os guitarristas Cláudio Munheca e Ony, hoje no Faces do Subúrbio.
Não eram tempos fáceis. Ao contrário da efervescente cena atual, em meados dos anos 80, contavam-se nos dedos bandas de rock na ativa no Recife: Herdeiros de Lúcifer, Kristal, Napalm.
"A gente tocava onde desse, não havia uma mídia como atualmente, abrindo espaço para o rock. Para conseguir a Mansão do Fera, onde aconteceu o II Encontro Anti-Nuclear, foi preciso dizer ao dono que o grupo fazia um som estilo Ultraje a Rigor", lembra Nino. Os punks eram pacifistas e pregavam diatribes atrás de diatribes contra o que os mortais comuns consideravam uma ameaça remota: a guerra nuclear. Os encontros antinucleares chegaram a três. O mais importante foi o segundo, que contou com participação do grupo de Oi! Vírus 27, do ABC paulista, que nem chegou a tocar. A polícia, convocada pelo dono do estabelecimento, antecipou o final do festival.
Além de trocar de guitarristas como trocava de acordes, o Câmbio Negro H.C experimentou vários vocalistas até chegar a Pesado, cuja figura confunde-se hoje com a história do hard core no Recife: "Entrei em 85, mas vivia nos ensaios e shows da banda. Minha entrada foi portanto uma coisa natural", conta ele. Comparado muitas vezes com João Gordo, do Ratos de Porão, pelo tamanho e vozeirão, Pesado confessa que sofreu mais influências de Fábio, vocal do Olho Seco, de São Paulo.
PAULEIRA NA MOLEIRA - Quando tudo parecia ir a mil para a banda, roubaram-lhe a aparelhagem, amplificadores, baterias: O grupo ensaiava num casarão na Rua da Guia e o Mundo Livre S/A no andar de cima. Depois desta, houve uma parada de quase um ano, conta Nino. No final da década de 80, a cena punk, rock, hard core do Recife tornara-se uma das mais movimentadas do País. Os shows que se produziam por aqui, atraíam caravanas de outros Estados. O Sepultura, por exemplo, ainda viajava de ônibus quando tocou no Recife e em Caruaru. Bandas já consagradas, como Headhunters, faziam escalas, na Sucata, uma discoteque falida no Pina, que se tornou um espaço para os roqueiros. O Câmbio Negro H.C, de volta aos palcos, destacou-se na cena e passou a ser a banda preferida para abrir shows dos grupos de fora.
"Em 1990, abrimos para a Morbid Angel. O pessoal que cuidava da turnê deles, convidou a gente para tocar em São Paulo", conta Pesado. O Câmbio Negro H.C foi o primeiro grupo local de rock dos anos 90 a chamar atenção no Sul Maravilha. Nesta época eles já haviam até gravado o primeiro LP, Espelho dos Deuses, certamente o primeiro LP de hard core saído no Nordeste.
Até 92, tendo o Beco da Fome como epicentro, o movimento punk/hard core do Recife expandiu-se. Já se podiam ver garotos nas ruas com T-shirts do Câmbio Negro H.C, deslocando-se para os periféricos Centro Sociais Urbanos ou clubes populares, feito o dos Rodoviários, na Imbiribeira, para curtir The Ax, Arame Farpado, Euthanasia, Realidade Encoberta (uma das grandes bandas desta fase), os sergipanos do Karne Krua, cujo baixista Márlio é o mesmo que está hoje no Câmbio Negro H.C.
Surpreendentemente, depois de lançar mais um LP, Terror nas Ruas, a banda saiu de cena outra vez: "Quando Chico Science apareceu a banda estava parada há dois anos", lembra Pesado. Estivessem na ativa, assim como Os Devotos do Ódio, eles poderiam ter sido agregados ao manguebeat, pelo qual nutrem declarada simpatia: "Quando só havia bandas de hard core a gente tinha um certo destaque. Agora a cena está muito diversificada. Hoje aparecem mais as bandas que fazem mistura de ritmos. Porém a gente não pode contestar que o Nação Zumbi é uma excelente banda. Mas, sem citar nomes, tem muito neguinho oportunista, que outro dia fazia hard core e de repente começa dizer que curtia maracatu, misturas. Nós caminhamos paralelos à cena", dispara Nino.
Ao completar 25 anos de carreira, o grupo vem atuando em low profile, fazendo shows com menos freqüência (o que faz a oportunidade de conferi-los, hoje, ainda mais preciosa) . Só estão topando paradas com infra-estrutura profissional, como o Abril Pro Rock, do qual participaram em 97: "Passou a época em que a gente ensaiava em cubículos, tocava em qualquer espaço, hoje não dá mais", confessa Nino. Pudera. A média de idade da banda hoje é de 32 anos. Todos os integrantes mantêm uma ocupação extra-música, para garantir o leite das crianças (com exceção do guitarrista Marco, todos são casados). Algumas aparentemente incompatíveis com o tipo de som que fazem. Nino, por exemplo, é dono de uma casa lotérica, enquanto Pesado é técnico em informática. Márlio acaba de abrir uma loja de discos, na Sete de Setembro, e Marco trabalha na Universidade Rural.
O Câmbio Negro H.C, o mais jurássico de todos os grupos de rock do Recife, é feito o lendário monstro do Lago Ness, na Escócia. Quando todos o dão como desaparecido para sempre, de repente, ele surge do nada para realimentar o próprio mito. Parece que eles vão regravar os materiais antigos: "Vamos regravar algumas músicas dos discos antigos. Muitas não ficaram com qualidade técnica legal, e tem outras que só lançamos em demo", adianta Nino.
Apesar de nenhum dos integrantes ter faturado com sua música, o Câmbio Negro H.C não dá pinta de que vai acabar tão cedo. Seus integrantes lembram o personagem de Rock and Roll Fantasy, um clássico do Kinks, um dos grandes grupos ingleses dos 60. Caras para quem o rock transcende a um gênero musical, é o combustível que os fazem ir em frente."
Adquira o CD na Pecúlio Discos!
Baixem logo essa porra! Altamente recomendado! Raridade no blog! (Pra variar)
Marcadores: CambionegroHC, Hardcore, Punk
10 comentários inúteis:
Tava doido para que esse pedido fosse atendido! Mas assim bonito eu não esperava, ta cheio de ligação interna!
Boa Hammet, amanhã eu leio esse texto!
é meu pequeno curumim! deu trabalho editar isso tudo, mas qto mais a gente trabalha nos posts mais gosto da de vê-lo no blog né?
QUEM NAO BAIXAR TEM CARA DE VENTILADOR!
e tenho dito! hahaaahah
Clássico recifense, brothers! Ainda me lembro que aqui em Recife era foda rolar alguma coisa porque a polícia aparecia e comia todo mundo na porrada (alguns eram presos e fichados como "comunistas"), mas uma coisa é verdade: vinha gente de tudo quanto é estado para ver shows (gigs) por aqui, e assim nós conseguíamos manter a cena. Tinha um cara aqui chamado Carlos (que fazia um zine chamado Recifezes) que conseguia espaços e equipamento pras bandas tocarem e num certo momento chegou a rolar evento às quartas, sextas, sábados, domingos e feriados com a presença de gente de vários estados e isso me é inesquecível! Depois que esse brother sumiu misteriosamente, a cena literalmente morreu! Como eu, muitos amigos largaram tudo ao perceberem que os mais novos estavam interessados mesmo era em fazer desordem e atrair a polícia pra cima de todos (uma amiga minha foi assaltada por um grupo de canalhas que se diziam punks no mesmo dia em que estive com ela no local onde nos reuníamos), e não em propagar e perpetuar a cena. Mas, enfim, Recife era ponto de encontro de punks de vários estados! Rolava muita troca de material entre a galera, era uma cena extremamente ativa! Nunca mais haverá um momento como aquele!
o link naum ta funcionando...arrumai flw?
tenho os dois discos da banda mas queria te-los em mp3 e naum tenho saco pra gravar...
hahahahahahahah
eu tenho os dois
discos do cambio negro hc
é massaaaaaaaaaaaaaaa
Muitíssimo boa surpresa esse blog! É uma pena eu ter conhecido somente hj quando, por acaso procurava no Google o ano que o Câmbio Negro HC tocou no 'Abril pro Rock'.
Mas, enfim, esse blog nos remete a uma cena muito importante que ocorreu em outros tempos e o que é melhor, no ar, não deixa cair no esquecimento quando tudo começou...PARABÉNS!!!!
Abraço,
Nino (CNHC)
Nino da Câmbio Negro HC foi um dos entrevistados do meu trabalho de conclusão de curso na UFPE (A educação política do movimento punk do Recife). A quem interessar, é só me mandar um e-mail que eu envio: alexrecife1234@hotmail.com
Moçada, toda a história sobre o CÂMBIO NEGRO HC com a maior fidelidade possível está publicada na nossa fã-page ( Facebook - http://www.facebook.com/pages/Cambio-Negro-HC/264499096916701 ). Lá, todos poderão fazer contato conosco (o que será um grande prazer), obter mp3 do que já lançamos, fotografias atuais da nova formação da banda e ficar realmente por dentro de shows e gravações desta banda, ok? Dêem um pulo lá e cliquem em "CURTIR" (no alto da página para receberem todas as informações possíveis e atualizadas. Valeu, forte abraço, paz e Hardcore!
Postar um comentário