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segunda-feira, 16 de junho de 2008
Restos de Nada
São Paulo, SP
Estilo/Gênero: Punk
''Nós somos a verdade do mundo
somos restos de nada.
Vivemos como ratos no esgoto
entre o lixo de tudo.
Ai! À noite saímos por aí
para ver o que resta de vocês!
Cuidado, se você estiver só
e encontrar um de nós!
Nós não gostamos de nada, nada
e nem temos do que gostar!
Somos apenas lobos solitários,
e o nosso uivo é o rock'n' roll
E ao amanhecer,
voltamos de onde viemos
para, novamente,
esperar a noite nascer!
E nascer,
e nascer restos de nada!''
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somos restos de nada.
Vivemos como ratos no esgoto
entre o lixo de tudo.
Ai! À noite saímos por aí
para ver o que resta de vocês!
Cuidado, se você estiver só
e encontrar um de nós!
Nós não gostamos de nada, nada
e nem temos do que gostar!
Somos apenas lobos solitários,
e o nosso uivo é o rock'n' roll
E ao amanhecer,
voltamos de onde viemos
para, novamente,
esperar a noite nascer!
E nascer,
e nascer restos de nada!''
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O letra do hino Restos de Nada já nos define muito bem o comportamento daquela que supostamente, é a primeira banda genuinamente punk do Brasil. Historicamente porém, o lançamento do LP auto-intitulado é conseqüência de 9 anos de cabeças e guitarras em plena ebulição, em busca de propor um sentido à sua própria marginalização.
E essa busca não é por acaso, o desmascaramento do ''Milagre Econômico'' como uma política voltada para somente ao crescimento financeiro e aquisitivo dos industriais e que ignorava por completo o bem-estar das classes mais baixas, atiçou muitos daqueles que já não viam os motes nacionalistas com bons olhos, e que pouco ligavam se o Brasil era tricampeão.
No final da década de 70, as políticas ditatoriais beiram a perda de controle, índices de inflação sobem a mais de 100% e os índices de desemprego largam nas ruas milhares de jovens sem qualquer perspectiva de futuro.
Nessa atmosfera, os integrantes, que já eram fãs do som do MC5, New York Dolls e The Stooges, não faziam nada mais do que beber, fumar, jogar conversa fora e criar gangues sem nenhuma posição específica, que não fosse a vontade de brigar.
Em 1977, o ''punk'' começava a circular mesmo em Vila Carolina no interior de São Paulo, no entanto, a informação chegava como uma referência que não seria muito diferente de uma revista de moda. Algo como...''Como Furar Seu Nariz'' ou ''Como rasgar a roupa e ser Punk'' e outras baboseiras desgraçadas, em revistas dedicadas aos rebeldes sem causa. De qualquer sorte, apesar de Clemente e Douglas acharem que a frescura havia tomado conta de Londres, a mesma revista serve de veículo para um ''split'' que servira de primeiro contato com a música propriamente dita. O split continha o punk vindo direto da fonte, sem direito a interpretações tendenciosas de revistas para adolescentes, era nada mais nada menos que Sex Pistols, Ramones, The Jam, Ultravox e outros sons sujos. Segundo o próprio Clemente:
"A gente tinha gostado bastante das músicas do disco da revista Pop, mas achava que esse negócio de punk era uma modinha qualquer. Eu estava na casa do primeiro baterista dos Inocentes e o irmão dele mais velho perguntou se a gente não ouvia punk rock, porque a gente era meio revoltado, daí ele colocou o primeiro disco do Generation X e traduziu a letra de Your Generation para mim e percebi que aquilo tratava das mesmas coisas que acreditava e começamos a se inteirar sobre o punk"
Já em 1978, a maioria das gangues de Vila Carolina foram se fundindo em torno do som e idéias do punk, chamada na época de Carolina Punk. Nesse meio, Clemente de Douglas providenciam seus instrumentos, e junto com o Charles na bateria e o Ariel no vocal, e está formado o Restos de Nada...
...Sem mais.
Marcadores: Punk, restosdenada
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